Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Automedicação... um espectáculo

 "Quem melhor do que eu para escolher o medicamento que vai resolver o meu problema de saúde?! Afinal de contas o corpo é meu e ninguém o conhece melhor do que eu próprio, certo?" ERRADO!! Realmente temos sobre o nosso próprio corpo informações que mais ninguém tem, no entanto, impõe-se a questão: até que ponto conhecemos o nosso próprio corpo? Ou melhor ainda: até que ponto conhecemos os limites e reacções do nosso próprio corpo? É simples... não temos! O que acontece é que todo o individuo vai aprendendo ao longo da vida a lidar com o seu corpo e assim conhecendo as suas respostas face aos diversos estimulos do quotidiano tal e qual como acontece com o nosso automóvel ou outro aparelho. 

 O conceito de automedicação transforma-se cada vez mais em sinónimo de facilitismo e excesso de confiança, ou seja, facilitismo no sentido em que é bem mais fácil apenas escolher ou solicitar o medicamento para o problema em causa do que expor o mesmo a um profissional que poderá ter um conselho diferente. Excesso de confiança no sentido de que a grande quantidade de informação que se obtém de fontes fáceis (e por vezes pouco crediveis) através da internet permite criar uma ilusão de conhecimento sobre um problema e respectivo tratamento ou resolução sendo que, deste modo, qualquer outra fonte de informação, como a opinião de um profissional, não seja nada nada relevante. E porque é que seria relevante? Afinal de contas está escrito numa página da internet que o melhor tratamento é o XPTO e consequentemente tem de o ser!!! Nada mais importa! 

 O conhecimento sobre o nosso corpo é importante bem como o conhecimento sobre o problema ou situação em causa. Porém (e claramente assumindo uma posição de melga!!) essa informação não é a suficiente para adquirir medicamentos (sobre os quais não se possui toda a devida informação!) para tratamento ou resolução da situação. 

  Se um médico ficar responsável pela construção de uma casa o resultado quase de certeza que vai ser bem diferente do esperado. Se um engenheiro civil ficar responsável por uma cirurgia às cataratas o paciente com certeza que não vai ficar "bem tratado". Se um jurista ficar responsável pelo aconselhamento de medicamentos com certeza o resultado será perigoso. Ou seja, sem qualquer desrespeito pelas profissões citadas (exemplos ao acaso), a mensagem que importa reter é que todos desempenhamos um papel na sociedade e quando precisamos algo que não se enquadre na nossa esfera profissional então será importante recorrer a quem é especializado na matéria.

  Deste modo, e após uma longa exposição, deve a automedicação constituir uma parte da resolução de um problema de saúde? Deve apenas constituir, quando muito, de base para um aconselhamento por um profissional devidamente habilitado.

  É importante abondonar a ideia do "não preciso de ir ao médico" e o "não preciso de falar com o farmacêutico" porque sei e consigo tratar de mim e ainda porque a automedicação é um espectáculo dado  que permite uma grande poupança em consultas. Pois é... nestes casos diz a experiência que a coisa vai acabar por correr mal, muito mal, de certeza!!

Sem comentários:

Enviar um comentário